
No início deste mês uma operação conjunta
do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e
Polícia Rodoviária Federal interditou uma pedreira na zona rural de
Serra Branca, pertencente a Carlos Kleber Ribeiro Barros.
Durante a operação foi constatado que
haviam funcionários sem registro na carteira de trabalho, sem
equipamentos de proteção individual e que a pedreira estava sem licença.
Outro fato que foi repercutido, inclusive na mídia estadual, foi de que
os funcionários da pedreira estavam em situação de trabalho escravo.
Nesta segunda-feira (19) nossa reportagem
conseguiu conversar com dois dos funcionários da pedreira que negaram
estar em situação escrava e inclusive pediram a reabertura da pedreira,
pois estavam sem emprego.
Cláudio Ferreira da Silva de 53 anos,
residente no sito Tamburil em Serra Branca, disse que sempre trabalhou
no ramo de pedreiras. Cláudio negou trabalhar em situação escrava e
disse que recebia por produção.
“Nós trabalhamos no dia em que queremos e
por produção. Não trabalho fichado e nem quero, porque se não eu perco
meu direito de agricultor que sou. Lamento ficar parado, pois estou
acostumado a ganhar cerca de R$ 1.500 para manter a família e meus
animais e agora vou ter que sair no mundo pra tentar ganhar dinheiro”,
revelou o desempregado.
Nossa reportagem ainda conversou com o
Civaldo Galdino dos Santos de 34 anos. Ele falou que não tinha o que
reclamar do trabalho, pois ganhava bem pelo serviço que prestava.
“Minha mulher tem três filhos e peço as
autoridades que vejam o lado da gente. Era um trabalho que eu vivia
satisfeito e ganhava o dinheiro que dava pra sustentar minha família. Eu
ganhava cerca de R$ 1.900 na pedreira e se eu for arrumar um emprego de
um salário mínimo não dar pra sustentar minha família. Agora vou ter
que sair pra outros estados procurar um emprego”, disse Civaldo.
No dia 06 deste mês nossa reportagem ainda
tinha conversado com outros três funcionários a exemplo de Isac Cardoso
da Nóbrega, natural de Patos-PB. Ele disse que não tinha carteira
assinada e que recebia por produção. Isac ainda afirmou que os horários
eram feitos pelos próprios trabalhadores e lamentou o fechamento da
pedreira. “Em parte ficou ruim pra gente, porque ficamos sem emprego.
Agora é procurar outra pedreira para ganhar nosso dinheiro”, lamentou.
O vereador Carlos Kleber foi procurado e disse que irá se pronunciar em breve sobre o caso.
Paraíba Mix
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