Por Ramalho Leite

- Não tem quem aguente o bajulador. Mas que é gostoso é....
No poder ou fora dele, me acostumei com os
altos e baixos e procurei sempre me manter na planície, evitando ser
contaminado pela vaidade que afeta muitos.E isso me serviu
demais.Estando fora do poder, nunca fui acometido do sofrimento dos que
amam o poder acima de todas as coisas e se deprimem quando são excluídos
da Corte. Entender que todo poder é efêmero, sempre foi a minha
primeira regra.
Eu já contei de outra feita, mas não custa
repetir, pois o exemplo é pedagógico. Estava diretor do Banco do
Nordeste e quando chegava a João Pessoa tinha quase que sortear quem eu
escolhia para jantar ou almoçar, tantos eram os convites. Quando sai do
Banco, telefonei para um desses convivas de mesa de bar e ousei querer
retribuir as atenções recebidas.E avisei: desta vez, quem paga sou eu.
Nem assim o convidado apareceu...
Por isso olho com piedade para alguns
delegados do poder que atendem seus interlocutores como se estivesse
fazendo um favor. Às vezes, nem levantam os olhos. Para esses, a queda é
mais dolorosa. Ressalte-se que muita vez se consegue falar com o
superior, enquanto o subalterno se mantém inacessível e desligado. Ou
ligado demais, sempre em reunião...
Em casa sempre ouvi queixas. A mulher
reclamava. Quando estava se aproximando de alguém, fazendo amizade, ou
eu perdia o mandato ou trocava de partido.Os companheiros eram outros e
os convivas também mudavam.Daí nasceu a conclusão real e verdadeira. O
político não faz amigos. Quando muito, vive instantes de
amizade...(REPUBLICADO POR INCORREÇÃO DOS PERSONAGENS).
Cariri Ligado
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